sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Escola e tecnologia

Com o avanço da tecnologia na sociedade moderna, a escola passou a não ser o agente principal da difusão do conhecimento. Se, há anos atrás, o aluno ia até ela para ficar mais informado, hoje, nem precisaria sair de casa para isso. O rádio, a televisão, os computadores dão às pessoas os conhecimentos que buscam num simples apertar de botões. De forma agradável e interessante, levam as pessoas a quererem saber cada vez mais.
Através de programas educativos, reportagens, entrevistas, as televisões dão aos telespectadores conhecimentos de história, geografia, ciências, literatura, português, música, enfim, tudo. Já a internet dá qualquer resposta às perguntas feitas por qualquer pessoa de qualquer parte do mundo, sobre qualquer assunto. Há jogos nos computadores através dos quais até crianças aprendem brincando. De alguma forma, a tecnologia dos computadores tenta a integração entre as pessoas, através da comunicação à distância, das salas de bate-papo, das amizades virtuais, com as quais indivíduos se falam independente de cor ou de raça.
A escola passou a ser apenas outra fonte de informação e aquela que vai também dar continuidade aos conhecimentos que os alunos já trazem de casa. Porém, a escola ainda é muito importante pois é aquela que, além de trabalhar os conhecimentos, deve encarregar-se de formar também o ser-sujeito, ou seja, deve educar a pessoa para viver em sociedade de forma honesta, moral, humana, solidária, competente, responsável, etc. Neste aspecto, a tecnologia não conseguiu ainda ser eficaz.
Um dos enfoques das escolas, por exemplo, é a integração de alunos de diferentes raças e credos. Algumas instituições procuram realizar teatros, jogos entre turmas e outras escolas, gincanas, grêmios-estudantis, etc. Este estabelecimento público ou privado destinado a ministrar o ensino coletivo procura combater o preconceito de algumas pessoas e propagar a amizade entre elas.
A escola é uma instituição que procura construir sentidos em nossas vidas perante a sociedade. Para se elaborar esse sentido, é necessário conversar, ter comunicação com outras pessoas como os pais, amigos, professores, etc. É necessário para as pessoas terem seu próprio ponto de vista, modo de considerar, razão de ser, lógica, não copiar idéias de comentaristas de televisão e, sim, cria-las baseada na informação. A escola trabalha com seus alunos esta construção de sentido.
A importância da escola, hoje em dia, não só é de difundir o conhecimento, mas também de ajudar as pessoas a se integrarem na sociedade. A instituição ajuda o aluno a construir um significado para a informação vinculada pela mídia. Ela, mesmo com o avanço tecnológico, ainda continua sendo necessária para a população. Nenhuma tecnologia vai substituir um professor, porque nada substituí sentimentos de carinho, amizade, fraternidade, amor entre os seres humanos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O Pedágio da Solidariedade

A solidariedade, por si só, não tem possibilidades de transformar os paradigmas da sociedade capitalista. O desejo de superar os problemas existentes no capitalismo não se dará por meio da força da solidariedade, e, sim, por meio de uma reforma social e educacional honesta em tentar remediar os efeitos alienantes e desumanizantes do "poder do dinheiro" e da "busca do lucro". Hoje em dia, é difícil mudar o padrão de um corpo social, pois tudo está baseado no dinheiro. As grandes potências capitalistas, como os EUA, só querem o próprio bem, que sua economia seja a maior, não se importando com a poluição do ar ou de invasões e matanças de pessoas por causa de alguns barris de petróleo.
O mundo deveria ter uma distribuição igualitária da riqueza social, em que não houvesse propriedades privadas, para que todos os indivíduos tivessem as mesmas oportunidades e condições de vida. O socialismo que nasceu no século XVIII prega a igualdade entre todos, em termos social, político, e jurídico. Este modo de governar também é mediante práticas democráticas, em que todos os cidadãos têm o direito de expressar-se livremente. Junto com essa idéia de humanidade coletiva igualitária, surge do fundo medieval uma burguesia fortalecida pela revolução industrial e francesa, que pregava "liberdade, igualdade e fraternidade", mas que, na verdade, só olhava para o próprio umbigo, querendo dinheiro e mais dinheiro, não se importando com o próximo, horas e condições de trabalho desumanas.
A maioria das pessoas foram construídas egocêntricas, ou seja, só pensam no próprio bolso. Esta egolatria faz com que a sociedade seja desigual, consumista, longe "da verdade que liberta o homem da opressão, da ignorância, do domínio da natureza, e sobretudo da escravidão humana" (FREIRE, Paulo - conscientização, pág. 78).
Não podemos enxergar a solidariedade apenas como "um" dar esmolas, mas sim conscientizar-se da presença dos problemas e da dor dos nossos semelhantes, e também participar da luta das pessoas oprimidas pela sociedade. A solidariedade dominante é a dos ricos, pois não liberta as pessoas da opressão, pratica esmolas como forma de purgar seus pecados, como um pedágio da solidariedade.
"O homem não pode participar ativamente na história, na sociedade, na transformação da realidade e de sua própria capacidade para transformá-la" (FREIRE, Paulo - Conscientização, pág. 40). O ser humano precisa enxergar além de si, ver a miséria do continente africano, latino-americano em que a média da perspectiva de vida é muito baixa. As pessoas carecem de amor, carinho, amizade, solidariedade e não só de dinheiro, comida e água, mas, também, de diversão e arte, querem prazer para aliviar a dor, querem felicidade.
No jeito capitalista de ser da sociedade, a solidariedade atende as pessoas excluídas, como os velhos, crianças, miseráveis, mas não consegue mudar o modo da sociedade do lucro escravizar as pessoas. Elas deveriam ser iguais, sem existir o rico e o pobre. Um ato solidário não é só dar esmolas e, sim, ajudar seus semelhantes. Os oprimidos não querem só comida e água, necessitam também de diversão, arte, amor, carinho.