quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Bela Profissão

Sou estudante de educação física e em 2008 ouvi dentro da sala de aula algo que me deixou abismado. Meus colegas dizendo frases como "eu desisti daquela aluna", "aquele aluno começou a se envolver na marginalidade, e por isso não misturei com os outros", "como assim educação física não roda? O que faço aqui então?", e entre muitas outras. EU não escolhi ser professor para desistir, excluir ou "rodar" um aluno.


Meu pai é profissional da área ao menos 30 anos, e nunca o ouvi pronunciar algo do tipo. Sempre o vi acreditar em cada estudante, em suas potencialidades esportivas e como seres humanos. Continuamente me espelho naquelas falas que fazem brilhar seus olhos, quando expressa com emoção seus valores sobre educação. Jamais digam que o senhor meu pai foi negligente com algum de seus alunos.

Está profissão que muitos julgam como de "vagabundos" têm grandes pontos a serem trabalhados para e com a sociedade: inclusão social (inserir um jovem adolescente no meio em que vive), gênero ("Por que meninas jogam vôlei e meninos futebol?"), recreação, esportes, preconceitos (raciais, homofóbicos, entre outros), aumento da autoestima, qualidade de vida, entre outros. Podemos citar também para cada indivíduo... Coordenação motora, velocidade, resistência, flexibilidade, socialização, força, percepção espaço-temporal, percepção óculo-pedal, agilidade, convivência em grupo, e muito mais! A educação física é bonita demais para ser vista com olhos suspeitos pelas pessoas. Precisamos de mais profissionais que ajudem a retirar essa mácula que a envolve.

Em muitos momentos presto atenção em cada colega, e as vezes me pergunto "O que querem aqui?". Não quero ser um profissional que simplesmente entrega uma bola para os alunos e eles que se virem. Não quero excluir, desistir de um aluno, de um ser humano. Isso percebo em muitos deles, e são por causa desses indivíduos que a profissão está denegrida perante a sociedade. É por eles que as pessoas ao assistirem uma propaganda do enem, em que a educação física é um dos temas propostos, fazem uma interpretação pejorativa dela. Eu adoro, amo o que faço e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para mostrar o verdadeiro papel que tem para o povo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um Outro Mundo É Possível

O Fórum Social Mundial é um local democrático para debater idéias para o mundo, com trocas de informações e experiências de pessoas que se opõem ao neoliberalismo. Ele não tem caráter governamental e partidário.




Em janeiro de 2003 eu tinha 13 anos. Não entendia direito o mundo, até hoje não entendo, todavia meu conhecimento sobre ele aumentou. Tenho lembranças desses dias quando caminhava pelas ruas de Porto Alegre/RS com meu irmão. Essa cidade estava vivendo um momento mágico, pessoas de todos os cantos do mundo, ásia, europa, oceania, américa, áfrica. Em minhas recordações ainda ouço as mulheres de olhinhos puxados dentro do onibus com camisas de Che Guevara. Recordo da quantidade de dialetos que ouvi naquelas datas, ficava sempre atento para aquelas palavras estranhas que chegavam até a mente de um menino que recém saiu das fraldas.

Saudades daqueles momentos de integração das pessoas. Raças, credos, etnias diferentes e todos trocando idéias sobre como poderiamos ter um mundo igual, melhor. Um globo em que houvesse respeito entre os seres humanos. Nessa ocasião poderia não entender o que se sucedia no estado do Rio Grande do Sul, entretanto, hoje, lendo a importância desses acontecimentos vejo o significado desse grande fato histórico.




Fico vendo as fotos que meu irmão retirou com sua antiga máquina fotográfica, e olho aquele povo em busca de seus sonhos, de sua utopia, de que um mundo melhor é possível. Olhando para elas percebo que não sou o único, que não sou somente eu que está em busca, na luta, por um mundo socialmente igualitário. Essas milhares de pessoas, e entre diversas outras que não puderam estar presentes acreditam que "Um Outro Mundo É Possível"!
Nesse ano de 2009 o Fórum será realizado em Belém do Pará no Brasil, entre 27 de janeiro e primeiro de fevereiro, após Porto Alegre - Brasil (2001, 2002, 2003 e 2005), Mumbai - Índia (2004), em 2006 foi policêntrico com três cidades sediando, Bamako - Mali, Caracas - Venezuela e Karachi - Paquistão; Nairóbi - Quênia (2007) e em 2008 foi definido que não haveria um evento centralizado, e sim, uma semana de mobilização e ação global.
Nos dias de hoje luto pelo o que acredito, com minha ideologia e com minha educação sobre o mundo. Tenho qualidades e grandes defeitos, erro como qualquer ser humano em todos os sentidos, porém nunca digam que desisti de vê-lo com igualdade entre as pessoas.
Fotos: Vinícius da Rocha